Há muito se discute sobre a forma de fazer campanha. Hoje a Justiça Eleitoral já avançou muito no combate a compra de votos. Não faz muito tempo se via de tudo. Brindes, cestas básicas e uma infinidade de presentes ao eleitorado. Acontece que o povo ficou mal acostumado com o tempo do vale-tudo eleitoral e continua vendo seu voto como moeda de troca.
Na noite de ontem, vespera da eleição, durante uma caminhada que João da Costa realizou pelo bairro da Mustardinha, na zona norte, um morador me puxou pelo braço e me indagou, pensando talvez que eu trabalhasse na campanha do Sr. João: “Cadê o dinheiro? Se ele me der cem eu voto nele”. Mais adiante, depois de ser cumprimentada pelo candidato, a feirante Maria da Conceição Vieira Mendes, 37, afirmou: “Meu voto é dele porque João Paulo fez muito pela minha mãe. Ele deu o material de construção pra ela terminar a casinha dela”.
Infelizmente, a maioria da população, principalmente essa parcela que só é lembrada entre os meses de julho e outubro de anos pares, não está preocupada com o que os candidatos podem fazer pelo coletivo. Talvez por não ter mais esperança, já que vai e vem eleição e suas comunidades não sofrem grandes avanços, as pessoas estão cada dia mais preocupadas com o que cada uma pode ganhar em troca. Aí vale qualquer tijolinho, qualquer saco de arroz…
O voto nunca esteve tão barato.
Paula Brukmüller
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