quarta-feira, 12 de maio de 2010

Para onde queres caminhar, PHS 31, paixão de nossas vidas?

QUO VADIS, PHS?

("Para onde vais, Senhor?". Foi perguntado no caminho de Emaús)

Para onde queres caminhar, PHS, paixão de nossas vidas?

Nascestes por que teus fundadores morriam de sede no meio do oceano... Viam desperdício, improviso, corrupção, despreparo, à sua volta; os Partidos políticos, caminhos exclusivos para o Poder, eram enxame mas nenhum atendia ao perfil mínimo que requeriam nossos pioneiros. Estávamos no ano de 1.994.

Nascestes, e depois da fase provisória recebestes o "papel passado" em 20 março de 1.997. Ao longo desses treze anos, em meio à dificuldades e tormentas, vivestes episódios que te levaram até à ante câmara da morte. Lembras? Foi em 2.006, por força de um vírus letal chamado cláusula de barreira. In extremis, fostes salvo pelo STF, que levara onze anos para constatar ser manifestamente inconstitucional a tal cláusula hipócrita e absurda. Paradoxalmente, esse episódio violento não nos abalou tanto como os embates internos que se seguiram à incorporação dos (nem tão numerosos) adeptos do projeto do PHDB...

O PHS, para nós e para os que se encantaram pelo projeto, não é um Partido como os demais. Por favor, não vejam nessas palavras um ufanismo oco, do tipo "nunca dantes". Entendam que o PHS, desde o berço, nasceu como fruto de um projeto claro: pautar as suas ações pelos conceitos do Solidarismo, agir com ética, lutar pelo planejamento estratégico, pela gestão participativa, pela economia solidária, pela formação política.

Não queremos voltar a mencionar friamente os números que traduzem o patamar alcançado. São expressivos, mas não dizem tudo. Às vezes, a realidade é maior do que a sua tradução numérica: um parlamentar realmente identificado com o PHS aqui, alguns secretários sequer citados que constroem um Município à volta do Prefeito mais adiante, uma Municipal que lê o Informativo e cultua o Estatuto, uma direção regional que vive o verdadeiro e profundo PHS... Outras vezes, e que pena que seja a maioria das vezes, os números dão a falsa idéia de já sermos o que nunca alcançamos. Novecentas e três Municipais de verdade? Treze Deputados, federais e estaduais, do PHS? Quatorze Prefeitos engajados com o projeto do Partido? Trezentos e cinquenta e dois Vereadores interessados em se somarem para formar um conjunto único no País? Bem sabemos que apenas uma ínfima parcela reza, de fato, pela cartilha do PHS. E como machuca essa constatação.

Para onde queremos marchar, Companheiras e Companheiros? Qual o Partido que queremos construir? Será aquele sonhado entre 94 e 97 e trazido até aqui fazendo das tripas coração, com a cara e a coragem? Ou passamos a aceitar um outro modelo de Partido, mais conforme ao modelo geral, estribo para carreiras pessoais e satisfeito em buscar nacos ou até migalhas de poder, a qualquer custo, para ser conviva no grande banquete da vergonha ampla, geral e irrestrita?

Quo vadis, PHS?

É tempo de cada um de nós olhar-se no espelho. Procurar, no fundo de seus olhos, se ainda acha a arder a chama do arrebatamento juvenil (pouco importam as eventuais rugas e até pelancas à volta do olhar, pois é este que conta); indagar de sua imagem se ainda persegue aquele sonho ou se já se conformou em reduzir as suas ambições de mudar o mundo para os pobres limites do enriquecimento material e da formação da corte dos puxa-sacos... Ainda nos lembramos que ingressamos na política partidária, ao assinar a ficha de filiados ao PHS, como se entra na vida religiosa, dedicando nossas vidas públicas à redenção de nossa cidade, e Estado, então da Pátria, e da América Latina, depois do Mundo? Ou guardamos no baú o que passamos a ver como ingenuidade, arroubo de mocidade, mania de ser diferente? Passaram-se os anos, década e meia para uns, menos para outros, mas cabe a pergunta a ser respondida no diálogo de cada qual com a sua consciência: continuo firme nas minhas convicções ou mudei, me abastardei, deixei de lutar o bom combate?... Sou um combatente ou tornei-me um desertor?

Não juntamos nossas três penas para escrever este texto por puro acaso, sem mais aquela. Era preciso que estas linhas fossem escritas.

O PHS decidiu enfrentar uma eleição presidencial. Não se trata só de arriscar recursos, capital acumulado em trabalho, suor e lágrimas. Trata-se de engajamento pessoal de cada filiado, de cada simpatizante e do engajamento absoluto de cada dirigente e de cada mandatário. Se alguém assim não o entendeu no Partido, que tenha a dignidade de retirar-se de nosso meio merecendo o respeito geral por sua clara opção. Os que ficam, anunciam estar renovando seus votos de fidelidade ao Solidarismo (art. 3º), ao Estatuto, ao PHS, ao Sonho, tendo clareza que a ninguém é dado servir a dois senhores ao mesmo tempo.

Que Deus permita que estas palavras ecoem nas mentes e nos corações de nossos Companheiros e Companheiras. Quem o desejar, livremente, que continue a enfrentar a correnteza contrária e a construir o Solidarismo, ombro a ombro com seus irmãos e irmãs.

Oscar Silva, Paulo Roberto Matos e Philippe Guédon

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