sexta-feira, 4 de junho de 2010

O que fazer quando as crianças e adolescentes não obedecem mais os pais

“Agora não, mãe”, responde Marcos, 8 anos, toda vez que recebe uma ordem. “Seja para tomar banho, fazer a lição ou sair de frente da TV, é sempre a mesma coisa. Ele teima e nunca quer fazer de imediato o que eu digo. Faz bagunça e deu até para arrumar briga na escola”, conta a mãe, a dona de casa gaúcha Sandra Carvalho.

O que acontece com Marcos é que ele não se sente mais um menininho dependente. Está mais para um moleque rebelde, confiante em sua autonomia para tomar decisões. Acatar sem mais nem menos a vontade dos adultos não tem nada a ver com ele. É preciso reclamar, marcar uma posição própria, mostrar que sabe muito bem se cuidar. “Cabe aos pais e à escola reforçar os limites com esse menino”, afirma a pedagoga Marisa Godoy Appolinário, orientadora educacional do Colégio Augusto Laranja, de São Paulo. Ela está acostumada a lidar com as travessuras de garotos dessa idade.

Molecagens

Se seu filho anda agindo assim, fique de olho. Com essa mudança de comportamento, surge um novo jeito de brincar e explorar o mundo: começam as molecagens. Coisas como puxar a cadeira do colega para ele cair no chão, dificultar o trabalho da amiga, escondendo algo, ou desafiar a professora com malcriações ou ironias. Algumas meninas seguem esse padrão de comportamento -— e isso é normal.

O problema com essas molecagens é que, embora a criança acredite que dá conta de qualquer recado e pareça mesmo independente, ainda não tem condições de identificar riscos e de se responsabilizar por todos os seus atos. Pode prejudicar a si mesma ou aos outros.

Regras claras

Mas colocar limites não é dar bronca. “Os pais devem ouvir o que o filho tem a dizer, considerando suas idéias e sentimentos, e então deixar as regras claras. A criança precisa saber até onde pode chegar, mas acatará com mais facilidade os limites definidos por uma pessoa em quem confia”, conclui a pedagoga.

Boas lições

Quando a criança não quer mais ficar sob a tutela absoluta dos adultos, o relacionamento com ela fica mais sujeito a desgastes. É o momento de todos praticarem as boas regras da convivência.

Negociação: Se seu filho não quer tomar banho por causa do programa na TV, sem problema — desde que haja um acordo para não deixar de ir ao chuveiro. Assim, ele aprende a valorizar compromissos.


Respeito ao outro: Entre 8 e 10 anos, os garotos ainda têm dificuldade de se colocar no lugar do outro. Por isso, nem sempre entendem que suas molecagens podem prejudicar as pessoas. É hora de aproveitar as oportunidades para discutir com eles valores pessoais e mostrar que as atitudes, boas ou ruins, sempre têm conseqüências.

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