A presidente eleita, Dilma Rousseff, fez ontem uma visita ao presidente Lula e deu entrevista coletiva
FOTO: ANTONIO CRUZ/ABR
A indicação de políticos derrotados no pleito deste ano para a equipe não está descartada
Brasília. A presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), disse ontem que a montagem de seu governo não se dará por partilha, mas terá como base um pacto. A afirmação foi uma resposta a uma pergunta de jornalistas sobre qual seria a participação do PMDB em seu governo. O partido do vice-presidente eleito Michel Temer (PMDB) já demonstrou publicamente insatisfação por se sentir alijado do processo de transição. Por conta disso, Temer foi escolhido por Dilma para ser o coordenador político desse período.
"Tenho conversado muito com meu vice e temos formado uma grande convicção. A montagem do governo vai ser de pacto, não por partilha. Será uma equipe una," declarou.
A presidente eleita disse que apesar de o PMDB manifestar seu descontentamento, os apelos nunca chegaram a ela. "O PMDB nunca chegou para mim propondo cargos. Eles estão participando da transição como participaram na campanha".
Dilma negou-se a adiantar algum nome de seu futuro governo. Disse que ainda não escolheu os nomes de quem irá ocupar ministérios e outros cargos públicos durante seu governo e destacou que a escolha levará em conta critérios técnicos e políticos.
´Vou exigir competência técnica, pessoas que não tenham problemas de nenhuma ordem e considero importante o critério político´, disse a jornalistas após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto.
Dilma Rousseff lembrou o caso já relatado por ela em outras conversas com jornalistas de um presidente de outro país que foi passar festas de fim de ano no exterior para destacar que faz absoluta questão de que os ministros escolhidos por ela tenham vínculo total com o Brasil.
Critérios políticos
O nome de políticos que disputaram governos estaduais e mandatos na Câmara e no Senado e perderam a eleição não estão descartados para compor o ministério da presidente eleita Dilma Rousseff. A informação foi dada pelo presidente do PT, José Eduardo Dutra, em entrevista ao programa "3 a 1", da TV Brasil, ontem.
Dutra disse que a presidente eleita vai aceitar a indicação política nos ministérios a que os partidos terão direito, mas ressaltou que a competência técnica será fator crucial na escolha. ´Ela vai analisar a conveniência da continuidade do governo. Da mesma forma que não se pode usar como critério o fato de a pessoa de ter sido derrotada nas urnas, não se pode estabelecer como veto. Vai depender da indicação dos partidos´, afirmou.
Na próxima semana, começarão as conversas com os partidos que integram a base governista para ouvir as sugestões e as propostas das legendas para o próximo governo.
Depois que Dilma voltar da viagem que fará com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Ásia e à África, Dutra pretende apresentar à futura presidente um panorama da situação. "É natural que os partidos prefiram pastas para as quais tenham quadros com mais aptidão. Isso já vem acontecendo. Mas quem vai decidir é a presidente´, disse Dutra.Leia mais em Negócios
Ministérios
"A montagem do governo vai ser de pacto, não por partilha. Será uma equipe una"
Dilma Rousseff
Presidente eleita do Brasil
SEM PALPITE
Lula nega ingerência com relação à nova equipe
Brasília. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que não vai interferir na montagem da equipe de governo da presidente eleita Dilma Rousseff. Em declaração à imprensa, após reunião com Dilma, Lula disse que somente ela pode decidir quem vai ocupar os principais postos na sua gestão.
´Rei morto, rei posto. Um ex-presidente não deve dar palpite´, afirmou. Ele disse que apenas a presidente eleita pode negociar a distribuição de cargos com partidos aliados.
´O governo da Dilma tem que ser à cara e à semelhança da Dilma. Somente ela pode dizer quem ela quer ou não quer. ´Vamos torcer para o sucesso da Dilma como se estivéssemos torcendo pelo nosso sucesso", acrescentou.
Lula lembrou que conhece bem a transição do governo, pois quando estava nesta situação viu governo "montado e destituído" pela imprensa. Segundo ele, neste período existe um "samba maluco" devido a grande quantidade de informações sobre a formação do governo.
Fonte: Jornal Diário do Nordeste - 04/10/2010
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