A decisão da direção nacional do PHS, que atingiu deputado e vereadores cearenses, gerou muita inquietação
O vereador Walter Cavalcante (PHS) utilizou a tribuna da Câmara Municipal de Fortaleza, ontem, para criticar a decisão do presidente da executiva nacional do Partido Humanista da Solidariedade, Paulo Roberto Matos, de intervir nos 27 diretórios estaduais do partido e retirar os cargos de direção partidária dos afiliados que tivessem mandato parlamentar.
Por conta da decisão, Francisco Caminha, Walter Cavalcante, Tin Gomes e Vitor Valim perderam os cargos que tinham na executiva do partido no Ceará, tornando-se "meros afiliados".
Na ocasião, Walter Cavalcante informou que vai entrar com uma representação junto ao TRE para abortar a intervenção. "Se não retirarem a intervenção, vamos nos desfiliar e junto conosco vão as pessoas que levamos ao partido", disse.
O vereador reclamou que o presidente Paulo Roberto não tenha dado nenhum tipo de explicação aos companheiros, classificando a decisão como "ditatorial" e "estúpida". "Usando a força do partido como instrumento pessoal, ele tirou da frente da executiva em Fortaleza um dos fundadores do partido, o deputado Francisco Caminha, em um gesto maluco de desrespeito a democracia", enfatizou o vereador Cavalcante.
Organização
Para Walter Cavalcante, o clima no partido é de insegurança, já que as metas do partido foram "cumpridas rigorosamente" pela organização nacional do partido. "Tive êxito na questão de crescimento do partido, mas não houve reconhecimento. Aí a gente se vê numa intervenção maluca, destemperada, com falta de critérios e sem explicações. Se tivesse acusação de fraude, eu teria ficado calado, mas nada chegou ao PHS de Fortaleza", reclamou.
Ele denunciou, ainda, que o mais importante para a Executiva Nacional do PHS é o fundo partidário e que, nas últimas eleições, esses recursos foram divididos de forma desigual entre os vários candidatos da agremiação. "Não vou me desfiliar do partido, mas entrar com ação para que a gente não precise aceitar esse tipo de desmando. Tem candidato que recebeu 300 mil e outros que não recebeu nada. Então são dois pesos e duas medidas. Essa é minha indignação", disse, referindo-se a ajuda que alguns candidatos do próprio partido.
O deputado estadual Francisco Caminha também esteve presente na Câmara, ontem, e informou que viajará à Brasília para se reunir com o presidente nacional da agremiação, Paulo Roberto para que ele recue na sua decisão. Ponderando as declarações de Walter Cavalcante, o deputado afirmou que seria prematuro falar em desfiliação do partido agora, mas disse ter ficado "surpreso" com a determinação de que os mandatários não podem assumir cargos dentro do partido.
Fonte: Jornal Diário do Nordeste - 18/11/2010
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