Com Ciro no governo, o ex-prefeito de Petrolina Fernando Bezerra Coelho irá para a Secretaria de Portos
Brasília - Depois de ser obrigado a desistir de disputar a presidência da República, o ex-ministro e deputado Ciro Gomes (PSB-CE) deverá participar do primeiro escalão do governo de Dilma Rousseff. A ideia é pôr Ciro Gomes, que está em viagem à Europa e deverá retornar ao Brasil até amanhã, no Ministério da Integração Nacional.
A três dias da diplomação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a presidente eleita corre para fechar o xadrez ministerial de seu governo com a definição da participação do PSB em seu governo. Com Ciro no governo, o ex-prefeito de Petrolina Fernando Bezerra Coelho irá para a Secretaria de Portos que, segundo integrantes do PSB, deverá ser turbinada, transformando-se em um órgão especial de infraestrutura com a inclusão das atividades de aviação civil e até comandar a Infraero.
A pedido do presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, Fernando Bezerra desistiu de disputar uma vaga ao Senado para apoiar o recém-eleito senador Humberto Costa, do PT.
Submerso desde o fim do segundo turno eleitoral, o pleito de Ciro Gomes de participar do ministério do futuro governo surpreendeu a todos. Seus companheiros de partido bombardearam a reivindicação de Ciro. Alegam que ele passou todo o tempo desdenhando qualquer cargo no governo e com o discurso de que "queria dar um tempo" na vida pública.
Nas últimas eleições, o PSB conquistou seis governos de Estado - Pernambuco, Ceará, Piauí, Paraíba, Amapá, e Espírito Santo -, além de aumentar a bancada na Câmara de 27 para 34 deputados federais. Diante do crescimento, os deputados esperavam ganhar uma vaga no futuro governo. Se Ciro Gomes não for para a Integração Nacional, a secretaria de Portos deverá ficar nas mãos de um deputado do partido. Os indicados da bancada para integrar o ministério são Márcio Fortes (SP) e Beto Albuquerque (RS).
Presidente regional do PSB paulista, Fortes não conta com a simpatia do Palácio do Planalto. Além de o acharem muito alinhado ao PSDB, os petistas o responsabilizam pela idealização da candidatura derrotada do empresário Paulo Skaf ao governo de São Paulo. O PT de São Paulo queria que o PSB no Estado apoiasse Aloizio Mercadante, que acabou perdendo a disputa para o tucano Geraldo Alckmin.
O nome de Beto Albuquerque é mais palatável no Planalto e junto a Dilma. Afinal, ele foi secretário de Transportes do governo do Rio Grande do sul, na gestão do petista Olívio Dutra, no mesmo período em que Dilma era secretária de Minas e Energia (1999/2002). Mas tanto Beto quanto Fortes só terão alguma chance de ocupar o futuro ministério caso Ciro Gomes desista de ir para o primeiro escalão.
O interesse de Ciro em participar do futuro governo foi expresso pelo irmão e governador reeleito do Ceará, Cid Gomes. Junto com Campos e o vice-presidente do partido, Roberto Amaral, Cid conversou com Dilma na sexta-feira sobre o novo xadrez ministerial. Ciro já ocupou o Ministério da Integração no governo Lula, entre janeiro de 2003 e março de 2006.
Fonte: Jornal Diário do Nordeste
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