Prefeita de Fortaleza, e presidente do PT estadual, explicou ontem sua ''teoria do poste'' quanto às eleições de 2012. Ela reclama do tratamento dado pela imprensa à sua declaração e diz que ''quem quer mandar, malda''
A prefeita Luizianne Lins esforçou-se, ontem, para explicar a declaração de que estaria preparada para “eleger até um poste”, dada na última segunda-feira, 6. Ela diz que utilizou o termo por brincadeira e considera ter sido mal interpretada. “Quem é que tem um projeto político e que não quer fazer o sucessor?”, indagou.
Ela, então, procurou explicar sua intenção ao utilizar a metáfora. O “poste sem luz” seria, segundo a prefeita, alguém competente dos pontos de vista administrativo e político para sucedê-la, mas “sem carisma” para disputar uma eleição. Dada a explicação, Luizianne disse que há “muito poste bacana”.
Ela não gostou do tratamento dado pela imprensa à frase. Reclamou dizendo que “quem quer maldar, malda”. E defendeu-se das críticas ao ritmo das obras da Prefeitura de Fortaleza. Disse que esse é “um problema da máquina pública” enfrentado por prefeitos de todo o País. “Pior é se eu não estivesse lutando atrás do dinheiro”, afirmou.
Presidente do PT cearense, Luizianne conduziu ontem, na sede do diretório estadual, reunião da Executiva do partido para avaliar os resultados das eleições de outubro, que teriam sido uma “grande vitória no Brasil” para o PT. Foram convidados a participar da reunião os deputados federais e estaduais petistas eleitos.
Câmara
Segundo a prefeita, a eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal não foi tema da reunião de ontem. Mas o candidato preferido de Luzianne à Presidência da Casa, Acrísio Sena (PT), também participou do encontro, mesmo sem fazer parte da Executiva do partido.
Para ele, a divisão em dois candidatos não prejudica o PT, seria, na verdade, “uma demonstração de que o partido tem bons quadros para presidir a Câmara”. Sobre o rumor de que haveria uma tentativa de realizar votação secreta para a Mesa, relatado por O POVO na quarta-feira, 8, Acrísio disse não saber a origem e que a mudança nas regras “não interessara a ninguém”.
Acrísio tenta ser eleito presidente do Legislativo municipal contra o colega de partido Salmito Filho, que já ocupa o cargo e tenta a reeleição. Salmito foi eleito presidente, em 2009, contra a Prefeitura. Naquele momento, Luizianne apoiava a candidatura de Elpídio Nogueira (PSB).
Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
É justificável o incômodo da prefeita com o efeito de suas declarações sobre o poste e as eleições. Experiente em política, Luizianne percebe que as palavras soam agressivas até com o eleitor, que é o que lhe dá tom mais grave.
Wanderley Neves
politica@opovo.com.br
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