Enquanto a bola dança o tempo avança, como diriam os grandes narradores esportivos. O tempo é realmente implacável. Lembro-me bem do dia em que desci a serra da Soledade, à pé, ao lado de meu querido pai Gerardo Tabosa, a fim de pegarmos um transporte, aqui em Itapajé, com destino a Fortaleza, para comemorarmos os meus 10 (dez) primeiros anos de vida assistindo ao jogo Ceará x América no PV. Isso foi em janeiro de 1973, o ALVINEGRO meteu 10 X 0 no Mequinha e me conquistou de vez, quantas saudades. Meus pais e, principalmente minha avó Egídia Tabosa, queriam que eu fosse para o Seminário, mas não era essa a minha vocação. Meu pai falava muito bem dos tempos em que servira ao Exercito Brasileiro, como forma de incentivar-me pela carreira militar, porem as seguidas visitas aos Estádios (Junco em Sobral e Presidente Vargas em Fortaleza) me empurravam para o futebol. Fomos várias vezes ver as obras do Castelão, no dia da inauguração, 11 de novembro de 73, chorei por não me deixar acompanhá-lo, levando-me somente no dia seguinte, sem a aglomeração de torcedores. Acompanhei todas as emoções da festa através do rádio. Papai, mesmo que involuntariamente, estava criando um cronista esportivo, pois meus presentes eram sempre os mesmos, rádios e bolas de futebol.Durante essa metade (quase) de século cheguei a jogar futebol profissionalmente, defendi as cores da minha terra nas mais diferentes modalidades esportivas, joguei pelas seleções de Camocim e Uruburetama em competições intermunicipais, atuei por equipes esportivas nos municípios de Santa Quitéria e Trairi. Trabalhei com esporte, na condição de professor de educação física, no Patronato São José (1984/86) e no Ginásio São Francisco (1985/93), além de coordenar o Departamento de Esporte do município de Itapajé de 1983 a 1992. Todas essas atividades desempenhei com muito prazer, porém, como dizem os mais velhos, a medida da felicidade nunca enche, Deus, em sua infinita bondade, mostrou-me o caminho da radiodifusão, reservando um microfone exclusivo para que um filho de agricultor, metade serrano (Soledade de janeiro a julho), metade sertanejo (Juá de agosto a dezembro), pudesse socializar a comunicação. Aqui estou! Se não sou o melhor, procuro sempre fazer o melhor que posso!
Pois é, estou ficando mais velho e com a firme esperança de está mais experiente também. Hoje, 26.01, completo 48 anos de estrada, vinte dos quais dedicados ao radio jornalismo. Acho até que já podem me taxar de veterano, pois minha atuação é bastante intensa, nunca tirei férias. O rádio me contempla plenamente, chego a sentir falta desse contato com o público quando tem um fim de semana sem atividade radiofônica.
Aqui me realizo, pois através do rádio posso ajudar aos que mais precisam, defender os menos favorecidos e continuar lutando, enquanto tiver força, para libertar os alienados do sistema, acorrentados por esse modelo cafajeste do QUANTO PIOR MELHOR.
Agradeço, sensibilizado, as manifestações carinhosas direcionadas a minha pessoa nesta data. Muito obrigado mesmo!
PARABÉNS DO BLOG
Feliz aniversário,"Tabosa". Não comemoramos sua idade cronológica; comemoramos o significado dela prá nós, pois nestes 48 anos você mostrou aos Itapajeenses como se deve lutar por um ideal!
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